domingo, 21 de novembro de 2010

À G3:

Pessoas, se eu não estiver enganado, já temos definida a nossa G3!!!!!

Parabéns aos selecionados pela conquista!

É um momento muito massa esse, mas se preparem!
Vocês só saem do Brasil em agosto do ano que vem!

Isso significa 9 longos meses de ansiedade pesada! Além disso, agora começa a correria pra preencher papel, fazer curriculum, carta de motivação, inscrever pra bolsa. Tudo isso regado com provas e trabalhos na UFMG!!!

Nós já passamos por tudo isso e estamos à disposição para ajudar vocês!

Temos um guia de intercâmbio chamado "Guia Ponts", escrito originalmente pelos paulistas da USP para ajudar os calouros deles. É muito útil esse guia e nos ajudou muito! Aliás, eles já estão na geração 9 do intercâmbio e têm muita experiência acumulada.
Nós pretendemos contribuir para escrever o guia desse ano e mandar para vocês!

Então, G3, não deixem de nos procurar caso tenham alguma dúvida ou se precisarem de qualquer ajuda!

No mais, quem for vir para o GCC, comece desde já a perder o medo de derivadas, tensores, integrais bravas e etc. E eu recomendo aos que gostarem, fazer a matéria de "Introdução ao Método dos Elementos Finitos" semestre que vem com o professor Roque do DEES. Essa disciplina ajuda um bocado a abrir a cabeça para as matérias daqui!

Bonne chance à tous!

E bem vindos à geração Duplo Diploma!

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domingo, 7 de novembro de 2010

Notícias!

Decorridos quase dois meses e meio de França, essa postagem vai ser a primeira com algum conteúdo... Com toda a correria das primeiras semanas e as burocracias do primeiro mês era realmente impossível escrever algo grande aqui. Bom, isso implica que esse post vai ser longo!!

Burocracia
Tem demais por aqui! O primeiro mês e o começo do segundo são cheios de coisas a resolver. Celular pra comprar, conta pra abrir, seguro de saúde, seguro de moradia, CAF (ajuda de custo de moradia), visto de longa estada... É realmente muita coisa e todas elas são muito importantes, o que gera um estresse enorme, já que se der pau em alguma coisa, é mais dor de cabeça pela frente.
Aparentemente essa fase está chegando ao fim!!

A escola
É realmente muito boa, a terceira melhor da França, reconhecida mundialmente e palco de grandes invenções da humanidade. Vários cientistas muito famosos passaram por aqui e deixaram muita história. E essa história sustenta-se até hoje. Por vezes, quando a gente apresenta a carteirinha de estudante em algum lugar por qualquer motivo que seja, sempre dizem: "nossa, aluno da École des Ponts?! Que massa!". Muitas vezes recebemos até tratamento diferenciado por conta disso, melhor atendimento e tal, o que é meio bizarro, mas é fato.
A estrutura da escola é fantástica, salas com datashow, computadores e as coisas bem adaptadas. Nada muito melhor que a UFMG não! A diferença é que aqui as coisas são muito bem cuidadas e os alunos respeitam o ambiente da escola. Até hoje não ví pixação no banheiro e nem carteira rabiscada! Isso falta aí no Brasil!!!
No mais, os alunos aqui são levados mais a sério (e levam a escola mais a sério também!). Por exemplo, em uma das viagens técnicas do meu departamento, ao invés de alugarem um ônibus com motorista para todo mundo, a escola alugou 4 vans e alguns alunos escolhidos dirigiram. Inacreditável! Mas a própria estrutura do país facilita isso (estradas boas e seguras e albergues confiáveis para passar a estada), o que não tem no Brasil.
Os laboratórios da escola são muito bons também. E eu destaco aqui o de materiais de construção. Na UFMG é uma zona, coisa espalhada por toda parte, sujeira e entulho jogado ao ar. Aqui é mais fácil, porque são menos alunos, mas mesmo assim, aula de laboratório é feita com mini-turmas. Após cada ensaio a gente limpa tudo. Sério, lá é mais limpo que meu quarto aqui!
Com relação à organização sim a UFMG peca, deixando turmas de 30 pessoas em um laboratório e etc. Claro, aí é mais difícil organizar as coisas porque temos mais alunos e menos dinheiro (aqui pagamos 600 euros por ano).
As salas de informática são mais ou menos iguais às da UFMG (o CCE daí). Os computadores são lentos e etc.

As aulas
São difíceis. A língua em geral não é um problema, porque os professores (com excessões) falam bem, lento e formal. O problema é a matemática. A coisa aqui é pesada mesmo! Em mecânica dos fluidos as deduções são todas baseadas em aplicações puras de matemática, sem quase nenhum enfoque em física. Isso dificulta as coisas pra gente, porque nossa formação em matemática é fraca. Não adianta nada passar com 100 em cálculo 1, 2 e 3, aqui tem que rever tudo. Aí a gente aprende tudo, mas não aplicamos em engenharia.

Os professores
São muito diferentes dos brasileiros. Primeiro que são poucos os de "dedicação exclusiva", como no Brasil. Eles vêm, dão aula e vão embora trabalhar na empresa deles. Não tem monitoria e é difícil encontrá-los para tirar dúvidas. Ah, é muito fácil ter dúvidas! E aí? Bom, a filosofia daqui é aprender mesmo por conta própria, biblioteca, livro e é isso aí. A filosofia aqui é realmente diferente e o aluno tem muito menos apoio dos professores. Nada do paternalismo da UFMG!

Feedback
Bom, aqui vai minha opinião pessoal como escritor do post.
Estou gostando e acho que vale muito a pena! A escola é difícil, é puxada e etc, mas é uma experiência que não tem igual. Independente da qualidade das universidades (eu acredito que a UFMG não perde em nada para cá nesse termo), a experiência é o que vale. Primeiro por estar em um ambiente muito mais grandioso e global que BH, próximo a uma imensidão de multinacionais onde poderemos via a fazer estágio. Segundo pela visão que passamos a ter das coisas, de forma muito mais abrangente. No mais, pra quem sempre morou em casa com os pais, aprender a lavar roupa, prato, fazer comida e estudar ao mesmo tempo traz um crescimento pessoal enorme!
Além do mais, claro, é a Europa! Então tem sempre as folgas pra dar uma viajada, curtir um pouco e fazer amigos!

Até o próximo post!
Abraços!
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