domingo, 21 de novembro de 2010

À G3:

Pessoas, se eu não estiver enganado, já temos definida a nossa G3!!!!!

Parabéns aos selecionados pela conquista!

É um momento muito massa esse, mas se preparem!
Vocês só saem do Brasil em agosto do ano que vem!

Isso significa 9 longos meses de ansiedade pesada! Além disso, agora começa a correria pra preencher papel, fazer curriculum, carta de motivação, inscrever pra bolsa. Tudo isso regado com provas e trabalhos na UFMG!!!

Nós já passamos por tudo isso e estamos à disposição para ajudar vocês!

Temos um guia de intercâmbio chamado "Guia Ponts", escrito originalmente pelos paulistas da USP para ajudar os calouros deles. É muito útil esse guia e nos ajudou muito! Aliás, eles já estão na geração 9 do intercâmbio e têm muita experiência acumulada.
Nós pretendemos contribuir para escrever o guia desse ano e mandar para vocês!

Então, G3, não deixem de nos procurar caso tenham alguma dúvida ou se precisarem de qualquer ajuda!

No mais, quem for vir para o GCC, comece desde já a perder o medo de derivadas, tensores, integrais bravas e etc. E eu recomendo aos que gostarem, fazer a matéria de "Introdução ao Método dos Elementos Finitos" semestre que vem com o professor Roque do DEES. Essa disciplina ajuda um bocado a abrir a cabeça para as matérias daqui!

Bonne chance à tous!

E bem vindos à geração Duplo Diploma!

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domingo, 7 de novembro de 2010

Notícias!

Decorridos quase dois meses e meio de França, essa postagem vai ser a primeira com algum conteúdo... Com toda a correria das primeiras semanas e as burocracias do primeiro mês era realmente impossível escrever algo grande aqui. Bom, isso implica que esse post vai ser longo!!

Burocracia
Tem demais por aqui! O primeiro mês e o começo do segundo são cheios de coisas a resolver. Celular pra comprar, conta pra abrir, seguro de saúde, seguro de moradia, CAF (ajuda de custo de moradia), visto de longa estada... É realmente muita coisa e todas elas são muito importantes, o que gera um estresse enorme, já que se der pau em alguma coisa, é mais dor de cabeça pela frente.
Aparentemente essa fase está chegando ao fim!!

A escola
É realmente muito boa, a terceira melhor da França, reconhecida mundialmente e palco de grandes invenções da humanidade. Vários cientistas muito famosos passaram por aqui e deixaram muita história. E essa história sustenta-se até hoje. Por vezes, quando a gente apresenta a carteirinha de estudante em algum lugar por qualquer motivo que seja, sempre dizem: "nossa, aluno da École des Ponts?! Que massa!". Muitas vezes recebemos até tratamento diferenciado por conta disso, melhor atendimento e tal, o que é meio bizarro, mas é fato.
A estrutura da escola é fantástica, salas com datashow, computadores e as coisas bem adaptadas. Nada muito melhor que a UFMG não! A diferença é que aqui as coisas são muito bem cuidadas e os alunos respeitam o ambiente da escola. Até hoje não ví pixação no banheiro e nem carteira rabiscada! Isso falta aí no Brasil!!!
No mais, os alunos aqui são levados mais a sério (e levam a escola mais a sério também!). Por exemplo, em uma das viagens técnicas do meu departamento, ao invés de alugarem um ônibus com motorista para todo mundo, a escola alugou 4 vans e alguns alunos escolhidos dirigiram. Inacreditável! Mas a própria estrutura do país facilita isso (estradas boas e seguras e albergues confiáveis para passar a estada), o que não tem no Brasil.
Os laboratórios da escola são muito bons também. E eu destaco aqui o de materiais de construção. Na UFMG é uma zona, coisa espalhada por toda parte, sujeira e entulho jogado ao ar. Aqui é mais fácil, porque são menos alunos, mas mesmo assim, aula de laboratório é feita com mini-turmas. Após cada ensaio a gente limpa tudo. Sério, lá é mais limpo que meu quarto aqui!
Com relação à organização sim a UFMG peca, deixando turmas de 30 pessoas em um laboratório e etc. Claro, aí é mais difícil organizar as coisas porque temos mais alunos e menos dinheiro (aqui pagamos 600 euros por ano).
As salas de informática são mais ou menos iguais às da UFMG (o CCE daí). Os computadores são lentos e etc.

As aulas
São difíceis. A língua em geral não é um problema, porque os professores (com excessões) falam bem, lento e formal. O problema é a matemática. A coisa aqui é pesada mesmo! Em mecânica dos fluidos as deduções são todas baseadas em aplicações puras de matemática, sem quase nenhum enfoque em física. Isso dificulta as coisas pra gente, porque nossa formação em matemática é fraca. Não adianta nada passar com 100 em cálculo 1, 2 e 3, aqui tem que rever tudo. Aí a gente aprende tudo, mas não aplicamos em engenharia.

Os professores
São muito diferentes dos brasileiros. Primeiro que são poucos os de "dedicação exclusiva", como no Brasil. Eles vêm, dão aula e vão embora trabalhar na empresa deles. Não tem monitoria e é difícil encontrá-los para tirar dúvidas. Ah, é muito fácil ter dúvidas! E aí? Bom, a filosofia daqui é aprender mesmo por conta própria, biblioteca, livro e é isso aí. A filosofia aqui é realmente diferente e o aluno tem muito menos apoio dos professores. Nada do paternalismo da UFMG!

Feedback
Bom, aqui vai minha opinião pessoal como escritor do post.
Estou gostando e acho que vale muito a pena! A escola é difícil, é puxada e etc, mas é uma experiência que não tem igual. Independente da qualidade das universidades (eu acredito que a UFMG não perde em nada para cá nesse termo), a experiência é o que vale. Primeiro por estar em um ambiente muito mais grandioso e global que BH, próximo a uma imensidão de multinacionais onde poderemos via a fazer estágio. Segundo pela visão que passamos a ter das coisas, de forma muito mais abrangente. No mais, pra quem sempre morou em casa com os pais, aprender a lavar roupa, prato, fazer comida e estudar ao mesmo tempo traz um crescimento pessoal enorme!
Além do mais, claro, é a Europa! Então tem sempre as folgas pra dar uma viajada, curtir um pouco e fazer amigos!

Até o próximo post!
Abraços!
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domingo, 19 de setembro de 2010

Primeiro relatório

Nossa, já tem quase um mês que chegamos aqui e nada de postar aqui no blog!
Mas não é esquecimento não, é falta de tempo mesmo!

A coisa é apertada. Imagina que você mudou de país. Aí tudo que tinha no Brasil não tem aqui.
Conta em banco, celular, comida e etc. Então nos primeiros dias (ou primeiras semanas) o objetivo principal é estabelecer essa infra-estrutura básica.
O problema é que tem aula, tem que fazer turismo, tem que conhecer o povo e tal. E tudo isso em um lugar desconhecido e com o tempo passando correndo.

Por isso ninguém tem tempo de fazer nada nesse comecinho. Não existe ainda uma rotina e cada dia é diferente.
Não se irritem com esse sumiço do blog!

Então, tenho que terminar o post para fazer comida!
haha

Acho que agora que começamos a ter aulas na Ponts e já estamos numa residência fixa com uma infra-estrutura já mais ou menos montada, vai ficar mais fácil de postar aqui.
Vamos ver!

Abraços a todos!
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domingo, 22 de agosto de 2010

Começou o intercâmbio!

Pessoas, pode parecer normal para alguns, mas para mim é inacreditável... Estou em outro país, outro continente, escrevo e falo com pessoas no Brasil... Uau!

Sério... Tem dois dias que cheguei e ainda estou meio abobado com as coisas aqui!

Tudo é muito corrido... Mal mal dá tempo de ler e-mails!

Bom, aqui vai o primeiro post! Todos nós da G2 estamos na França!!!!
É sério... Começou mesmo!

Sem tempo, encerro esse post feliz!

Abraços!

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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Saíram mais passagens

Dessa vez chegaram a minha passagem e a da Janaina. Ambas para Quinta Feira, dia 19, mas em vôo distintos.

Falta a da Brisa agora!!!! É só esperar... "Só", né... Como se fosse fácil!

Não dormí essa noite por conta dessa passagem que não chegava! Fiquei o dia inteiro olhando e-mail pra ver se tinha novidade... É uma das piores torturas que podem ser feitas!

Uma breve explicação sobre as passagens:

Como somos bolsistas CAPES, recebemos uma carta com várias instruções sobre nossa bolsa. E lá explica como pedir nossas passagens. É assim: você envia um e-mail para o seu "Técnico CAPES" com no máximo 30 dias antes da data informando a data que você quer ir. Feito isso, teoricamente é só esperar.
Todos nossos veteranos disseram que demora muito mesmo até vir uma resposta e isso estava nos tranqüilizando, até que recebemos a notícia de que o "técnico CAPES" havia "esquecido" a passagem de um cara da USP. Pronto... Aí nós apavoramos, e faltando uma semana para a data de nossa ida, que seria de 14/08, não tínhamos absolutamente nada, só medo de não chegar a passagem.
E de fato não chegou!
O que foi nos dito é que esse programa da CAPES tem cerca de 500 bolsistas e só existem dois técnicos CAPES que podem fazer o pedido de passagem, emissão de documentos e etc. Ou seja, eles são extremamente sobrecarregados (é o que eles dizem por lá, não sei se procede...). Por isso a coisa não está funcionando direito.
Mas acabou funcionando... Na Sexta Feira dia 13 (um dia antes da suposta data de ida), marcaram a passagem da Débora, Dani e Félix para o dia 18. Eles pediram para remarcar, e nesse caso paga-se uma 'multa', que depende da companhia aérea pela qual será feito o vôo.
Resumindo: é tudo muito burocrático, pois a única pessoa que pode fazer o pedido da passagem é o Técnico CAPES. Não é possível comprar e pedir reembolso. Assim, você fica preso e não pode fazer absolutamente nada a não ser esperar sentado. De preferência, amordaçado, porque é uma situação altamente cansativa. Não pode 'tirar férias', porque a qualquer momento pode chegar sua passagem. O máximo que você pode fazer é ligar na empresa onde a CAPES pede a passagem (VoeTur) e perguntar se já está saindo... Só!

Espero que as próximas gerações não passem por isso!

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sábado, 14 de agosto de 2010

Saíram as passagens

da Dani, da Débora e do Félix!
Eles vão Domingo agora, Dani e Débora juntas e o Félix em outro vôo, um pouco mais tarde.

Não foi possível colocar o pessoal em vôos juntos, mesmo tendo pedido várias vezes isso ao pessoal da CAPES.

Bom, eles vão chegar Segunda Feira, quando já deveríamos estar cursando o intensivão de francês.

Eu, Janaina e Brisa estamos ainda sem passagem! Acredito que saia para Quarta, dia 18, mas não tem nada certo. O curso de duas semanas vai ficar extremamente prejudicado!

No mais, BOA VIAGEM aos que vão! Mandem notícias assim que possível!

Um grande abraço,
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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Falta um dia e...

... e estamos SEM PASSAGEM!!!!!!!!

Todos nos alertaram que demora mesmo e que a CAPES só libera passagem em cima da hora, mas parece que dessa vez eles passaram da conta...
Tínhamos marcado pro dia 14, nosso curso de francês se iniciaria dia 16.

Parece que vamos perder aulas, que já foram pagas pela ENPC. Além de perder dinheiro que pagamos pela moradia e também perder a chance de melhorar o francês com esse curso!

Paciência...
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Despedida da turma!

Na correria, marcamos na Quarta passada nossa despedida, que seria na Quinta. Nada mais em cima da hora do que marcar no dia 4 algo para o dia 5, mas foi o único dia em que todos nós 6 poderíamos comparecer.
Como foi marcado em cima da hora, ficamos com medo de poucas pessoas poderem ir, mas aconteceu o contrário! Lotamos o Donna Margherita!!!

Nem todos que foram aparecem na foto, pois ela quando ela foi tirada alguns já tinham ido embora.

Ficamos muito felizes com a presença da turma quase inteira!!! Infelizmente não deu pra ir todo mundo, e talvez nem nos encontremos antes da nossa partida, mas nos veremos por aí!
Vamos tentar vir para a formatura!!! Afinal de contas, não é todo dia que se forma uma turma dessas na engenharia!

Por fim, gostaria de agradecer a todos que foram e dizer que ficaremos com saudades dessa turma!
Obrigado também pelas centenas de votos de "boa viagem", "bons estudos lá fora", "boa vida", "aproveite bastante" e etc!
Vocês são muito massa!

Abraços a todos,

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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Faltam 15 dias e... nada!

Olha só... Faltam 15 dias pra nossa ida. Quero dizer... espero que faltem!

É o seguinte: nós pedimos nossas passagens pra CAPES, como já postei abaixo. Ninguém respondeu nada, ninguém falou nada. Estamos só na esperança de que tudo está certo e de que embarcaremos realmente dia 14.

O visto... Fizemos tudo e estamos esperando. Não recebemos nada ainda!

A grana... Haha! (nada!)

Então, como já havíamos sido alertados por todos os veteranos que foram bolsistas da CAPES, a coisa demora MESMO! Teve gente que recebeu o visto um dia antes de ir. Teve gente que só recebeu o dinheiro da bolsa quando já estava na França!
O que temos a fazer agora é esperar, torcer para que tudo esteja certo (nem sabemos se tudo está certo!) e acreditar que realmente as coisas se acertarão em algumas semanas.

Serão duas semanas bem emocionantes essas que seguem!

Até!
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domingo, 11 de julho de 2010

Mas afinal, qual a relação entre as reformas urbanas de Paris e as do Rio de Janeiro no início do Século passado?

Para quem não sabe, a Paris que conhecemos hoje nem sempre foi assim. Nos idos de 1851 a 1870 foi efetuada uma grande reforma na cidade pelo então prefeito Georges-Eugène Haussmann, mais conhecido como Barão de Haussmann. Os objetivos da reforma de Haussman eram sanar as deficiências decorrentes do processo rápido de industrialização, construção de edifícios públicos que atendessem às novas demandas da população em crescimento, construção de estações ferroviárias, de hospitais, de edifícios administrativos, abertura de vias largas e bem arborizadas entre outros além de promover grandes melhorias nos sistemas de água e esgoto e a implantação de áreas verdes. Antes da reforma, a situação parisiense era dramática: ela possuia características medievais, como ruelas, casas amontoadas entre si além de muitas doenças causadas pelo ambiente insalubre.
Já o Rio de Janeiro, cidade esta que possuía características em comum com a Paris pré Haussmann, seguindo as tendências positivistas pelas quais as grandes cidades européias estavam passando, viveu também uma grande reforma que a colocou no Século XX.
Mas por que estou contando tudo isso?
O homem responsável por essa grande urbanização na cidade do Rio, que era a capital da nova república, foi o então prefeito Francisco Pereira Passos, que ficou conhecido como sendo o Haussmann Brasileiro. Este homem assistiu as reformas de Paris encabeçadas pelo Barão nos anos em que ele estudou por lá. Muitas coisas foram feitas por ele no Rio e eu gastaria muito tempo contando a história por inteiro. Abaixo tem um trecho de uma entrevista feita com o Pereira Passos em que ele fala sobre sua formação:

"Como era comum nas famílias de fazendeiros na época, meus primeiros estudos foram orientados por preceptores, dentro da própria fazenda. Depois, em 1850, vim ao Rio de Janeiro completar os meus estudos preparatórios para a faculdade. O fiz no Colégio São Pedro de Alcântara, administrado pelos padres Paiva, um dos melhores da cidade, onde também estudaram o Marechal Floriano Peixoto e o Dr. Oswaldo Cruz. Concluída esta etapa, ingressei na Escola Militar da Corte, em 1853, na qual me formei engenheiro civil, em dezembro de 1856. Após estar formado, aproveitei a influência do meu pai na Corte e consegui ser nomeado adido de 3a classe na legação do Brasil na França. Fiquei alguns anos em Paris, onde completei a minha formação na École de Ponts et Chaussés e acompanhei uma das etapas da reforma urbana conduzida pelo engenheiro Alphand, durante a gestão do Prefeito de Paris, Eugéne Haussmann. Depois, voltei ao Brasil e iniciei a minha carreira de engenheiro trabalhando para o Império."

École de Ponts et Chaussées? Será que eu entendi direito? Isso mesmo! Com todas as letras, digo, quase todas, já que Chaussées está escrito errado mas, como eu peguei na íntegra, preferi não alterar.

Legal, não?

Abraço a todos!
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sábado, 10 de julho de 2010

Pedimos nossas passagens!

Pedimos para a CAPES nossas passagens de ida para o dia 14 de Agosto, a noite. Cai num Sábado e isso quer dizer que, se realmente conseguirmos essa data, vamos chegar lá Domingo dia 15 a tarde.

Nosso curso de Francês na ESTP (École Spéciale des Travaux Publics) começa dia 16. Da nossa chegada até o dia 27 de Agosto ficaremos hospedados na CIUP (Cité Internationale Universitaire de Paris), que é um residência basicamente designada a estudantes de línguas e artes vindos de outros países. Fica próximo ao Boulevard Périphérique (a Avenida do Contorno de Paris).

Dia 27 partimos para o WEI (Weekend d'Integration), que é uma festa de 4 dias que os alunos da escola organizam para que todos os alunos se conheçam.

Finalmente, ao voltarmos, teremos as semanas de abertura da École, nas quais há mini-cursos, viagens práticas e etc. Acho que começam dia 12 de Setembro. Aulas mesmo só no começo de Outubro. Aqui nós já estaremos morando na Résidence Meunier, uma das residências da escola. Fica a 5 minutos a pé da escola.


Bom, finalmente já está sendo possível traçar planos para as coisas! Já temos datas, nomes de lugares... Está começando a parecer real!

Até!

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Chegou a carta da CAPES,

e mais mil tarefas!

Pois é... Hoje chegou nas nossas casas (aparentemente na de todos), a tão esperada carta da Capes com todas as informações sobre nossa bolsa.
Lá fala o valor (870 Euros), valor do seguro saúde (840), e grana inicial para instalação (1320).

Fala também que temos que assinar um papel, arrumar um seguro de saúde, enviar uma carta, caçar nosso visto, arrumar uma data de viagem, pedir uma passagem e esperar.

Isso tranqüiliza um pouco, mas desespera um pouco também. Afinal de contas, é semana de provas e as coisas não estão fáceis!
Mas faz parte da vida!

Até!
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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Desespero e algumas notícias

Está chegando o fim do semestre, o fim do mês e o fim do prazo. Está chegando a data da viagem!!!
E afinal de contas, quando será a viagem? Não sabemos!
Estamos no aguardo das cartas de aceitação da CAPES, mas não temos perspectiva de recebê-las tão cedo. Já mandamos e-mail para perguntar e tudo que obtivemos de resposta foi uma mensagem falando que há muito trabalho para ser feito por lá, que vai demorar mesmo e que é para manter a calma...

É... manter a calma não é das coisas mais triviais neste momento. Temos uns 5 trabalhos para entregar, de Aço, Transportes, Eletrotécnica, Abastecimento de Água, Elementos Finitos (esse nem todos), etc... Sem falar que falta só uma semana para a semana de provas finais, e agora estamos começando a receber mais informações sobre a Escola na França, o que tumultua mais ainda nossa vida.

Por exemplo, tivemos que enviar nossa carta pedindo um quarto na residência Meunier. Isso não deu trabalho. Tivemos que enviar alguns documentos para o Campus France, pois como a CAPES vai demorar para mandar a papelada da bolsa, temos que adiantar o nosso lado. Vamos ter uma entrevista via Skype semana que vem para avaliar nosso nível de francês e, com isso, poderemos fazer o dito curso de francês em Paris no mês de Agosto.

E por falar em curso, ainda não sabemos a data dele. Tudo o que sabemos é que ele "pode durar de 2 a 4 semanas no mês de Agosto". Não pretendo ir no começo do mês, pois acredito que não terei tempo de arrumar minhas coisas até lá. Por incrível que pareça, por mais que tenhamos confirmado nosso intercâmbio em Novembro do ano passado, não estamos nem um pouco adiantados com relação à viagem.

E além do mais, não dá tempo de resolver nada quando é necessário entregar um trabalho amanhã, ficar na universidade até 22:00 por causa de aula extra, palestra ou trabalho em grupo, estudar pra prova e etc. Malditos veteranos que falaram que o 7º período era "de boassa!". Mentiram!

Mas não estou reclamando e nem resmungando. Post de resmungo é o cúmulo! É mais um desabafo... Tenho um TP para fazer agora e não estou muito afim, então achei que seria melhor escrever qualquer coisa aqui.
G3
A propósito, começo a notar uma tendência de formação da G3. Algumas pessoas já estão manifestando interesse, procurando a gente para perguntar e etc. Legal isso!
Pois bem, preparem-se! A ansiedade, a partir do momento em que você opta por tentar o intercâmbio, é uma coisas que você vai sentir todos os dias! Seja ansiedade para ser selecionado, para receber bolsa, para não tomar pau em nenhuma matéria ou para ir logo pra França, tem de tudo!
Mas é massa!
Quem tiver interessado, aparece por aí! Pode ser interessante a gente trocar informações!

G1
Estão vindo para o Brasil! Nem todos virão, pois alguns farão o estágio curto na Europa mesmo. Outros vão vir para o Brasil fazer o estágio curto e demais, que ficarão para o estágio longo por lá, virão para cá de férias.
Estamos esperando para conversar e descobrir um bocado de coisas sobre a vida lá!
Breve, um churrasco!

FIM
Meu objetivo era só postar isso aqui e ficar mais tranquilo. Teve jogo do Brasil contra portugal hoje, comí um quilo de pipoca (500g de pipoca + 500g de sal) e preciso evitar um ataque cardíaco.
Já está bom!

Saudações,

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

Levar daqui ou comprar lá?

um post que eu escrevi no ano passado, antes de vir para o intercâmbio (tudo continua verdade):

A experiência do intercâmbio de duplo-diploma será para mim (e para muitos outros) não só a primeira vez em que viajarei internacionalmente, mas também a primeira vez de viajarei pelos ares e que ficarei longe de casa por mais de 41 dias. Esse conjunto de novas experiências, eu tenho CERTEZA, comprovarão que sou (ou que somos) grandes filinhos de papai (e de mamãe) que estão prestes a descobrir como é um mundo sem que coisas básicas, como os itens listados a seguir, não simplesmente aparecem na cozinha ou no quarto sozinhos.

Lista do que não vai mais aparecer pronto, comprado e lavado para você

1) pano de prato, bucha e afins (pô, vc já teve que comprar um desses exemplares sozinho???)

2) roupas do armário da sua irmã (ou até mesmo suas próprias roupas...)

3) impressora (pessoal, onde vamos imprimir as coisas??)

4) sol

5) colchão novo e limpinho (imaginem quantos ucrâniamos, japas, franceses, autralianos, etc já dormiram no colchãozinho que vc vai dormir na mounier...)

6) apostilas de 200 semestres anteriores, assim como suas listas de EDA, gaal e cálculo, tão úteis na hora que a memória falha...

7) carro com gasolina e impostos em dia (que maravilha!)

8) almoço da vovó (da mamãe ou da gentil moça que trabalha na sua casa...)

9) etc (a lista é infinita)

O objetivo desse post nem é deixar todo mundo achando que eu sou fresca ou desanimado de ir, mas sim mostrar que para mim, essas coisas são só o que são: COISAS! E sabe o que há de bom nisso? Sempre é possível substituir o desconforto causado pela ausência destes simples itens listados pela vontade de crescer, de aprender a viver por sua conta!
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sábado, 8 de maio de 2010

Intercâmbio engorda?

Essa postagem faz parte de uma pesquisa revolucionária na área de intercâmbios universitários. Até o ano corrente não existem dados confiáveis sobre a relação entre a viagem e interferências na saúde.
Isso implica que, mesmo com toda a tecnologia disponível no ano de 2010, ninguém sabe ao certo se intercâmbio engorda ou não.

  • Motivação:
O grande motivador desta postagem é realmente ver se a gente vai engordar. É muito comum que as pessoas engordem em viagens para os Estados Unidos (país dos hambúrgueres e gordura). Conheço caso de pessoas que engordaram na Bélgica (país da cerveja, batata frita e chocolate). Então resta saber o que acontece com quem se submete ao ilustre país dos croissants e do scargot!

O método de avaliação do percentual de engordamento será baseado no cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal), que consiste no quiciente Peso/Altura². A confiabilidade do método está associada ao fato de estarmos já velhos e de que provavelmente não vamos crescer mais. Assim, nossa altura será praticamente constante e variações no IMC serão basicamente reflexo de alterações na nossa massa.

Entretanto, o IMC não revela se a pessoa é gorda ou forte, visto que a massa de um indivíduo é a soma da banha com músculos e outros. Assim, um aumento no IMC pode ser resultado tanto de engordamento, quanto de bombamento.
Outro ponto fraco dessa avaliação é que ela despreza modificações no volume da pessoa. É natural, por exemplo, que o Saci tenha uma massa menor que um humano normal, já que não tem uma perna. Por outro lado, cornos em geral tendem a pesar mais devido à presença de chifres.

A tabela seguinte mostra os dados de Massa, Altura e IMC de cada uma das cobaias:

Massa

(Kg)

Altura

(m)

IMC

Problemas de Saúde

Alexandre

73

1,78

23,04

Cego, burro, desagradável

Brisa

51

1,57

20,69

Tem visões bizarras constantemente

Carlos

69

1,76

22,28

Semi-cego, porém relutante em ser curado;

impaciência e ansiedade

Daniela

48

1,58

19,23

Super saudável, porém, mal humorada, um pouco

manca e pouco cega...

Débora

53

1,53

22,64

Não muito saudável, alérgica a tudo o que

existe no mundo.

Felipe

78

1,9

21,61

Sumiços periódicos e inexplicáveis, leitura de

e-mails retardada e sem resposta

Janaína

61

1,66

22,14

Impaciência com pessoas desagradáveis

Média

21,66


A coluna Problemas de Saúde relata os problemas presentes antes do início do experimento. A função dessa verificação é distinguir quais danos foram causados pela viagem, quais foram causados por frescura, e quais são de nascença.

Os valores para IMC considerados como aceitáveis para uma boa saúde variam entre 18 e 25, sendo que há controvérsias quanto a isso.

O próximo passo da pesquisa é viver e esperar 2 anos até as cobaias serem novamente submetidas às medições.
Na publicação dos resultados deve-se ter o cuidado de especificar se algum dos indivíduos estudados sofreu alterações no corpo, tais como amputamentos, formações de chifres, engravidamento (também chamado de gestação) e etc, pois como já especificado, tais eventos podem resultar em queda de precisão no método.

IMPORTANTE!
Nós temos memória de peixe e é muito provável que esqueçamos amanhã mesmo disso aqui.
Se você é uma pessoa do futuro e leu este post, comente-o ou mande um e-mail lembrando de atualizar isso!

Se você achou uma baita perda de tempo ler isso, imagina então eu, que escreví!
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quinta-feira, 29 de abril de 2010

As coisas começam a se acertar

Depois de um grande tempo sem postar, achei que esta é uma boa hora para voltar a dar as caras.
Tivemos algumas notícias recentemente que acho que devem ser reportadas aqui.

Bom, primeiramente, sobre a bolsa Eiffel, tivemos a confirmação do que todos já sabiam: é uma 'mãe' essa bolsa!!!!!
Após uma confusão com e-mails trocados no cadastro da Egide (a fundação que é responsável pela bolsa Eiffel), o Carlos recebeu a tão esperada mensagem com o procedimento que ele deve seguir. Só a título de curiosidade, e também para aguçar a suposta inveja dos bolsistas pobres, segue uma pequena lista de benefícios para o privilegiado:

1 - Ter um cara da Egide esperando no aeroporto
2 - Este cara ir com você até um terminal, sacar a grana do seu primeiro mês e te encaminhar com o restante das burocracias iniciais
3 - Ir para a França em Julho (dia 19 já há atividades) para fazer um curso de Francês
4 - Ter uma série de descontos, vantagens e etc
5 - Ser rico

Entretanto, apesar das facilidades, existem alguns incômodos, tipo:

1* - Ir em Julho, quando todos esperavam ir em Agosto
2* - Não poder residir na residência Meunier próximo à ENPC
3* - Ter que pagar queijo e champagne para os amigos pobres

Creio que o Carlos pode falar melhor sobre isso em outro tópico...

Essa Segunda Feira recebemos a carta de aceite oficial da ENPC, na qual está escrito que devemos nos apresentar à escola dia 30 de Agosto. Ou seja, contando a partir de hoje, não temos mais do que 4 meses para aproveitar o Brasil!!!!!!!!

Nossa bolsa CAPES ainda não saiu, apesar de já ser garantida. Isso implica que ainda não temos a data certa da viagem de ida. A confirmação da bolsa também é útil na hora de tirar o visto, já que bolsistas CAPES são isentos de pagar a taxa (cerca de R$315,00).


É, agora que saiu a data as coisas começam a parecer mais reais. E isso é uma coisa um pouco estranha... Tem hora que o pensamento é "Beleza! Daqui a pouco tô saindo fora e não vou mais ter que aguentar tal coisa/ tal matéria/ tal etc...". Às vezes bate um desespero tipo "Será que vai dar pra eu arrumar tudo antes de ir? Será que vai dar certo?". E isso ainda regado com um pouco de medo de alguma coisa dar errado, tipo um vulcão entrar em erupção e cancelar todos os vôos para a Europa...

Recebemos do Dalton um "Guia da Ponts", feito pelo pessoal da USP que já foi pra lá. Todas as gerações de USPianos de duplo diploma contribuem com esse guia, com a inteção de facilitar a vida das próximas gerações. Tá aí uma boa idéia, que foi muito bem feita por eles e que está ajudando até a gente da UFMG!
Com as dicas já dá pra começar a planejar as malas!

A bolsa CAPES

A bolsa CAPES, como todos já sabiam, é de 1 ano. Tínhamos esperança de que a école desse alguma ajuda para 2º ano , mas fomos informados que isso não ocorrerá. Portanto, temos 1 ano de bolsa para 2 anos de vida.
O último período lá tem o Projeto de Fim de Curso, que é remunerado. Logo, dos 24 meses lá, somente 6 serão problemáticos.
Nossa esperança é fazer economias, juntar uns trocados, juntar a grana que temos já aqui no Brasil, usar todas as ajudas que o governo na França pode dar (existe uns auxílios moradia e afins por lá) e, com isso, viver normalmente.



Por agora é só!
Até o próximo post!

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segunda-feira, 29 de março de 2010

Bourse Eiffel

O resultado da Bolsa Eiffel que tanto esperávamos foi um tanto decepcionante. Acreditávamos que os 5 alunos que tentaram poderiam consegui-la, mas somente o Carlos conseguiu. O Nilo disse que houve uma reducao da verba deles e consequentemente do numero de bolsas. Isto pode ter ocorrido por causa da crise, mas sei lá, isso é só uma hipótese. Ah! O resultado estava previsto para a semana do dia 22. Ficamos desde a segunda-feira olhando sem parar no site! E o resultado só saiu na sexta! Muito tenso isso! Neste momento eu sou a unica aluna sem bolsa, mas nem todas as esperanças estão perdidas!!! O conselho regional Île-de-France oferece uma bolsa de 368 euros por mês e uma moradia no centro de Paris. Eu tentei essa bolsa também, mas a resposta sairá somente no dia 11 de junho. Além disso, o Roberto Márcio ficou de tentar mais bolsas Capes/Brafitec, visto que o numero de vagas aumentou de 5 para 7, justifica-se o aumento de bolsas neh? Bom, espero que a proxima geração não passe por essa agonia que tô nela! rsrs... Depois mando mais notícias sobre o fim dessa novela! Janaina Park
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terça-feira, 16 de março de 2010

E quem afinal é essa tal de ENPC? [parte 2]

Continuando o post anterior...




O sistema de ensino francês (complementos)


Gostaria de deixar claro uma coisa que esqueci de falar na parte do sistema de ensino: a formação de engenheiro na ENPC, apesar de ser direcionada a uma ou outra área, NÃO proporciona um diploma com “ênfase em alguma coisa" (por exemplo, Bacharel em Engenharia Civil com ênfase em Transportes), ou seja, todos os alunos terminam os estudos e recebem exatamente o mesmo diploma. Outra coisa é que cada semestre possui nomes (bastante intuitivos) de acordo com o número do mesmo. Os dois semestres do ano L são o S1 e o S2, assim como os seguintes são o S3 e S4 (ano M1) e S5 e S6 (ano M2). Essas siglas parecem bobas, mas são importantes para entender uma porção de informações disponíveis no site da ENPC.


A dúvida (talvez cruel): ficar 2 ou 3 anos?

A questão é a seguinte: decidir entre ficar 2 ou 3 anos fora do nosso querido país. A dúvida ocorre devido às duas opções de “estágio” existente durante o curso na École de Ponts (“estágio” entre aspas será explicado daqui a pouco). Entre os anos M1 e M2, o aluno deve escolher entre fazer um estágio de 2 meses durante as férias (chamado stage court) ou fazer um estágio com duração de 1 ano (o chamado stage long). Nos dois casos, o aluno irá trabalhar full time, ou seja, o dia inteiro, e a intenção da École é realmente de dar ao aluno uma visão de como é trabalhar de verdade. Apenas reforçando para ficar claro, mesmo o estágio de 1 ano é feito ENTRE os anos M1 e M2, ou seja, o aluno estuda durante 1 ano na França, depois faz um estágio de 1 ano (full time), depois volta para a ENPC para estudar por mais 1 ano. Esses estágios podem ser feitos na própria França ou em outro país e a ENPC dá palestras úteis sobre como redigir um CV, como se comportar numa entrevista de emprego, etc. Porém, no final das contas, quem vai correr atrás e conseguir o stage é o aluno, a École não fará nada além de lhe mostrar o caminho. Ficar 3 anos, apesar de parecer loucura, pode ser útil para aqueles que porventura não conseguirem uma bolsa para ficar na França ou aqueles cuja bolsa dure apenas 1 ano, pois durante o ano de trabalho o aluno recebe relativamente bem e pode, então, guardar algum dinheiro (claro, tudo vai depender do modo de vida da pessoa e do stage que ela conseguiu).


Stage versus estudos


Primeiramente, gostaria de explicar porque falei “estágio” entre aspas. A questão é que lá o que eles chamam de “stage” é o que nós consideramos como Engenheiro Júnior ou talvez até mesmo trainee, não é aquele “estágio” em que a pessoa vai ficar tirando Xerox, ou despachando documentos, fazendo desenhos de CAD, coordenando equipe de peões, etc, etc... O aluno irá trabalhar durante o dia inteiro e APENAS trabalhar (nada de aulas), ou seja, se aproxima mais de um emprego que de um estágio (falando nos moldes brasileiros), além de executar tarefas como se já fosse um engenheiro formado (claro, de acordo com o nível de formação já adquirido pelo aluno; ninguém espera que você haja como um super engenheiro formado e cheio de experiência). Já durante as épocas de estudo (os anos M1 e M2), o aluno APENAS estuda: além de não dar tempo de conseguir um emprego (normalmente), acho que tem alguma coisa da École que proíbe o aluno de trabalhar (mas não tenho muita certeza se existe isso mesmo ou se eu que pensei nisso... mas é algo assim, lembro da Diretora da ENPC ter comentado algo do tipo). Outra época de “estágio” durante o curso é o chamado stage scientifique, realizado durante o ano L, com duração de cerca de 3 meses. É para esse tipo de stage que alguns alunos da ENPC vieram ao Brasil no ano passado (Nicolas, Seb e a Agnès) e esse ano vem mais alguns (não sei os nomes ainda, mas são 4 da ENPC e mais 2 da Universidade de Rouen). Ainda, no S6, o aluno deve fazer o chamado Projet Final, em que ele não tem mais aulas e fica por conta do projeto de graduação. Esse projeto é desenvolvido dentro de uma empresa real e a pessoa depois faz cerca de um relatório (obviamente extenso) sobre as atividades desenvolvidas nesta empresa. O bacana disso tudo são os fatos de você poder se dedicar única e exclusivamente a esse projeto, além de você desenvolver algo que é real, concreto, palpável, realizável e que acaba transcendendo aquela coisa meio teórica demais de um projeto de graduação feito no Brasil. Maiores informações sobre cada stage e sobre o projet final, não hesite em consultar o site da École de Ponts.


Fazendo as contas em euros

Bom, esse tópico é para responder àquela famosa pergunta que nós fizemos diversas vezes e que agora escutamos também diversas vezes: será que a bolsa dá? E a boa notícia é que SIM, ela é suficiente! É claro que ela não é suficiente para se fazer uma viagem ao Brasil todo mês, mais três viagens aleatórias, comer nos melhores restaurantes e viver no melhor hotel disponível... Mas dizem (nossos amigos que lá estão e os que já foram pelo programa antigo de 6 meses) que mesmo a bolsa anterior (de 600€) era suficiente para viver por lá. Já ouvi falar que com cerca de 500€, 550€ a vida é relativamente boa. O mais pesado de tudo são o alojamento (390€, veja tópico mais abaixo) e a alimentação. No entanto (e corrijam-me se eu estiver errado, caros colegas), a ENPC dá uma ajudinha de custo (pouca, mas válida) para os alunos, 2,24€ por dia (que geralmente vão todos embora no almoço). Com a bolsa de 870€, a coisa é ainda melhor e dá-se para ter uma vida mais feliz. Imagine agora com uma bolsa de 1181€? Ma-ga-vilha! Haha! Enfim, no final das contas, dá para viajar bastante pela Europa, dá para viver bem e dá para vir ao Brasil, nem que seja 1 vez por ano. Informações mais detalhadas eu não tenho, mas lá vai algumas curiosidades que eu descobri pela vida afora: (1) uma garrafa de vinho nacional (dos bons) é mais ou menos o mesmo preço de uma latinha de cerveja; (2) um sanduíche desses normais custa de 2 a 5€; (3) tem uns restaurantes em que você paga um preço fixo e tem direito a entrada, prato principal e talvez até sobremesa, mas esse preço é um pouco mais alto (cerca de 20 a 30€, nos restaurantes mais comuns); (4) no geral, os preços das coisas (de acordo com o site do Carrefour francês) são "iguais" aos do Brasil no sentido de que, se você ignorar o símbolo monetário, é tudo igual! =D


Acomodação e transporte

A École de Ponts se localiza na Île-de-France, que é como se fosse a região metropolitana de Paris. A distância entre a porta da ENPC e o centro de Paris é de mais ou menos 20 km. Quanto ao transporte, em geral não há com o que preocupar: há trens e ônibus para tudo quanto é canto e em vários horários (há até mesmo uns trens especificamente noturnos!). Não conheço nada de lá pessoalmente, mas sei por relatos de várias pessoas que andar pela França (especialmente por Paris e pela Île-de-France) é bem fácil, pois em todo canto há um mapa com as linhas dos trens/ônibus, o transporte público é confiável e pontual (em geral) e as coisas realmente funcionam. Há uma linha de trem (RER-A) que tem um ponto pertinho da Maison Meunier e que leva até Paris rapidamente. Se você quer saber mais sobre o transporte na França, visite o site www.ratp.info e fuce bastante! Por falar em Maison Meunier, falemos da acomodação. Os quartos dessa Maison são destinados aos alunos em nível M1 (em geral) e os preços (por mês) são os seguintes: 330€ (quarto para duas pessoas, 24m²), 390€ (quarto para duas pessoas, 32m²) e 579€ (quarto para uma pessoa, 20m²). Todos os quartos possuem banheiro, mini-cozinha (com alguns utensílios, pia, microondas, fogão de tampo, frigobar), camas, escrivaninhas, etc, etc, etc. No entanto, antes de escolher qual tipo de quarto você quer, considere o seguinte: o quarto menor e mais barato pode ser bastante incômodo. O Hugo (um dos que estão na França hoje) nos mandou um e-mail recentemente relatando que escolheu esse quarto e que se arrependeu, pois o conforto do quarto maior (de 390€) compensa pelos 60€ a mais... No mais, na Maison há uma lavanderia em que você deixa suas roupas (não sei se é paga a parte ou está inclusa no preço mensal) e sei também que tem uma "arrumadeira" que vai nos quartos uma vez por semana (favor me corrigirem se houver algo errado, pessoas!). Durante o stage, a ENPC não lhe arruma uma moradia, isso é também por sua conta (e custeio). No último ano, os alunos tem preferência na Maison de Mines, mas eu não sei nada de lá para falar aqui nesse post.


E o que levar para a França?

Essa também é uma das perguntas que mais fizemos para nossos amigos atualmente na França... E as respostas? (1) tênis lá são baratos; (2) as roupas de frio daqui talvez sejam insuficientes para o frio de lá (logo, é bom comprar lá, mas diz a Laísla para esperar Janeiro/Fevereiro que os preços caem bastante nas soldes); (3) não compensa encher as malas com livros daqui, porque lá você vai ganhar vários livros até e a didática e enventualmente algumas nuances das matérias são também diferentes; (4) levar comidas/bebidas que lhe farão falta (como feijão, pinga, massa de pão de queijo/polvilho, etc.). Ah! Importante! Leve também uma grana inicial! Não sei exatamente de quanto as pessoas precisaram, mas calculei cerca de 1500, 2000€. Esse dinheiro é para você pagar coisas como a carte de transport, três vezes o preço mensal da moradia (duas vezes para compor a "reserva caução" e uma vez para pagar o primeiro mês), taxas escolares e direitos de inscrição (não sei até que ponto as pessoas pagaram isso), seguro social, dinheiro para viver até o recebimento da bolsa, etc.


Bom, gente, é isso aí. Não sei de mais nada que eu possa falar por aqui, pelo menos por enquanto. É claro que há muito mais informações espalhadas por aí, mas se você realmente está interessado, busque-as no site da ENPC, nos sites das prefeituras (de Paris e da Île-de-France), nos sites dos sistemas de transporte, nos sites de guias turísticos, etc, etc, etc...

No mais, tenham todos uma boa semana!


PS: com relação às equivalências de matérias entre a ENPC e a UFMG, citadas no post anterior, há muitas controvérsias e especulações; portanto, NENHUMA DAS INFORMAÇÕES disponíveis neste blog (com relação a este assunto) deverá ser tomada como certeza absoluta!
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quarta-feira, 3 de março de 2010

E quem afinal é essa tal de ENPC? [parte 1]

Bom, imagino que as pessoas que lêem o nosso blog às vezes podem ter diversas dúvidas com relação a vários assuntos. Um deles é sobre a própria ENPC, a escola em que iremos estudar na França. Sendo assim, resolvi fazer este post para sanar algumas dessas dúvidas e esclarecer algumas coisas (na verdade, o post ficou muito grande e eu resolvi dividi-lo em algumas partes).


A École de Ponts

A ENPC, ou École Nationale de Ponts et Chaussées, faz parte do grupo ParisTech, que é uma reunião de 12 das maiores instituições de ensino superior da França, em diversas áreas (ligadas a tecnologia). Quem quiser saber mais sobre a instituição, acesse: www.paristech.fr. A École é a mais antiga escola superior de Engenharia Civil do mundo, tendo sido fundada em 1716. Hoje ela é considerada a 3ª melhor instituição de ensino superior da França e a melhor em Engenharia Civil (dados repassados por colegas nossos que estão lá na França atualmente). A École tem formações nos domínios de Engenharia e Construção Civil, Meio Ambiente, Engenharia de Transportes, Planejamento Urbano, Engenharia Industrial, Engenharia Mecânica, Economia, Finanças e Matemática. No entanto, o acordo que existe entre a UFMG e a ENPC é exclusivo para o curso de Engenharia Civil (olha só que privilégio, hein?!) e, no Brasil, só existe acordo semelhante entre a ENPC e a USP/Unicamp.


O sistema de ensino francês

Na França, os alunos fazem o chamado Bac (Baccalauréat), que é tipo o nosso Vestibular. Na ENPC (não sei das outras, mas acho que é tudo igual), os alunos entram no nível chamado Licence (L), que é o primeiro dos 3 anos padrões da formação superior deles. Os dois níveis seguintes são chamados Master (M1 e M2) e, apesar do nome, não devem ser confundidos com o que no Brasil é chamado de Mestrado. No entanto, diferentemente do Brasil, esses 3 anos são apenas a parte específica dos cursos (chamado Ciclo Profissional, no Brasil), pois os alunos fazem 2 anos de preparação (o nosso Ciclo Básico, ou o famoso tempo do ICEx) antes de ingressarem na ENPC. O Mestrado propriamente dito é chamado, em geral, Master Recherche ou Master Professionel. Existe ainda o Mastère Spécialisé, que é mais ou menos a nossa Especialização ou Pós-Graduação Lato Sensu (que não é Mestrado nem Doutorado). Além disso, há o Doctorat, que corresponderia ao nosso Doutorado. No entanto, essas correspondências não são 100% perfeitas e há diferenças na estrutura dos cursos, etc, etc, coisas que não vem ao caso agora. Durante o nível L de formação, os alunos tem aulas de Matemática, Física, Química, Ciências Humanas e Sociais, Design e diversas outras.


Os departamentos da ENPC

Assim como o nosso curso de Engenharia Civil na UFMG é baseado em disciplinas de diversos departamentos (Hidráulica, Materiais, Geotecnia, Transportes, Estruturas, Ambiental), o esquema na ENPC é também o de uma divisão em departamentos. Lá existem dois departamentos importantes para nós: o GCC (Génie et Construction Civil), que é como uma reunião das partes de Estruturas, Geotecnia e Materiais, e o VET (Ville, Environnement et Transport), união de Transportes, Ambiental e uma área (no Brasil) pertencente à Arquitetura e Urbanismo que é a de Planejamento Urbano. A parte de Hidráulica é meio que divida entre o GCC e o VET. Além disso, existem outros departamentos (consulte www.enpc.fr), mas nenhum deles está acessível a nós, pelo menos a princípio. Digo isso pelo seguinte: lá na ENPC, quando o aluno passa do nível L para o M1, ele deve escolher um departamento para seguir sua formação. Como os alunos de duplo diploma ingressam direto no nível M1, eles devem também escolher de cara um departamento. Uma vez escolhido, você fará cerca de 70% dos seus créditos em matérias do seu departamento, sendo os 30% restantes feitos em outros departamentos (excluídos os créditos de línguas, descritos abaixo). Com isso, o pessoal da ENPC pretende dar um enfoque um pouco maior à sua área de interesse, porém sem deixar de lhe proporcionar uma formação ampla e completa como Engenheiro Civil. Uma especificidade do departamento VET é que você, além de escolher o VET, deve escolher qual área de especialização prefere: Planejamento Urbano, Meio Ambiente ou Transportes (no GCC isso não ocorre). Vale muito a pena entrar no site da École e dar uma olhada nas grades curriculares de cada departamento/área, pois essa escolha irá afetar a grande maioria das matérias que você fará lá (assim como as matérias que você poderá eliminar aqui na UFMG).


Grades curriculares de cada departamento/área

GCC:

VET (Planejamento Urbano):

VET (Meio Ambiente):

VET (Transportes):


A formação linguística

A questão internacional na ENPC é muito forte. Um exemplo disso é a questão do ensino de línguas, que deve corresponder a no mínimo 20% do tempo total de estudos. Na École, todos os alunos devem fazer aulas de Inglês. Para terminar o curso, aliás, é necessário que o aluno faça 750 pontos no exame TOEIC, ou então que ele apresente um diploma de um exame equivalente (CPE Cambridge, CAE Cambridge, FCE Cambridge, TOEFL, etc.). Além disso, os alunos também devem fazer pelo menos uma outra língua, escolhendo entre Alemão, Italiano, Russo, Espanhol, Árabe, Chinês ou Japonês. Ainda, para alunos não-francófonos (de nascença), a ENPC fornece aulas de Francês. Para os alunos que entram pelo concurso comum (como se fosse o nosso Vestibular para entrar na UFMG), estes devem obrigatoriamente fazer uma parte do curso ou um estágio no exterior, com duração mínima de 8 semanas consecutivas.


A flexibilidade das matérias dentro dos departamentos

Em qualquer departamento, existem matérias obrigatórias e optativas, mais ou menos no mesmo esquema da UFMG. No caso de matérias optativas, os alunos de duplo diploma, apesar de só poderem escolher ou o GCC ou o VET como departamento de formação, podem fazer matérias dos outros departamentos (GMM, GI, IMI e SEGF). É interessante programar antes de ir para a França as matérias que se deseja cursar lá, a fim de tentar eliminar matérias do curso aqui na UFMG. Por exemplo, a disciplina Mécanique des Fluides da ENPC corresponde às nossas disciplinas Mecânica dos Fluidos C, Hidráulica I e Hidráulica II (sim, uma de lá corresponde a três daqui!!!). Essas coisas, no entanto, são vistas juntamente com os professores Roberto Márcio e Nilo Oliveira, pois eles possuem um livreto com as ementas das disciplinas de lá e tudo o mais. Outro ponto é que é importante decidir o departamento e as disciplinas a cursar na França para reorganizar os seus horários antes de ir, aqui na UFMG. Por exemplo: estou no 7º período no momento, mas não faço a disciplina Hidráulica II nem a disciplina Planejamento de Transportes Urbanos e Regionais, pois existem equivalentes que eu farei na França (no entanto, isso se aplica à MINHA opção de matérias; repito, isso vai variar de aluno para aluno, de departamento para departamento e de matéria para matéria). Além disso, estou fazendo Geotecnia Ambiental (do 8º) e Fundações e Estruturas de Contenção (do 9º), para adiantar e ter menos matérias para fazer quando eu voltar da França (pois a idéia é que dê para terminar o curso em 6 meses após voltar). Porém, essas coisas não vem ao caso no momento e serão melhores discutidas depois, com os professores e tal.

Bom, vou parar por aqui hoje. Tenho mais um monte de tópicos para abordar (aliás, já escritos!), mas vou deixar para outros posts ou então este vai ficar tão grande que as pessoas terão preguiça de ler! =D

Grande abraço a todos os nossos leitores e aos meus colegas autores!
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